22/03/2017 às 22h04

Com direito a patos infláveis no plenário, em uma sessão iniciadas às 11h e encerrada por volta das 20h30 desta quarta-feira (22), a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 4.302, apresentado em 1998, que aprova a terceirização generalizada, em todas as atividades – inclusive na atividade-fim, o que a Justiça do Trabalho veda atualmente –, e também altera regras para o trabalho temporário. Uma decisão que influenciará o próprio projeto de reforma trabalhista enviado em 2016 pelo governo Temer. Foram 231 votos a favor, 188 contra e oito abstenções. Representantes governistas passaram o dia repetindo que a medida permitirá criação de empregos. Centrais, Dieese, oposição, representantes do Ministério Público e da Justiça do Trabalho sustentam o contrário: terceirização sem limites equivale a precarização e ameaça o emprego formal.

Parlamentares da oposição fizeram um protesto com patos infláveis, referência ao símbolo de manifestações contra a corrupção capitaneadas pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Pato corrupto, pato golpista”, disse Chico Alencar (Psol-RJ). E também menção ao fato de o trabalhador, com o projeto, estar “pagando o pato”, com uma lei que possivelmente irá prejudicá-los.

“O pato devorador de direitos, o pato da Fiesp, dos patrões”, completou o líder do PT, Carlos Zarattini (SP). “O Brasil quer aprovar um projeto anacrônico? Não, quem quer é o governo Temer”, afirmou a líder do PCdoB, Alice Portugal (BA). “Não nos iludamos”, afirmou Alessandro Molon (Rede-RJ), acrescentando que o projeto visa a “permitir a contratação mais barata dos trabalhadores, precarizando, negando seus direitos”.

Em tempo recorde, o texto, originalmente de 1998 (governo Fernando Henrique Cardoso), foi retomado e teve relatório aprovado no plenário, com galerias abertas, embora com constantes ameaças de esvaziamento a cada manifestação do público. Para a oposição, além de nocivo ao conjunto dos trabalhadores, o projeto “atropela” a discussão em andamento na própria Câmara, que discute um projeto (PL 6.787) de reforma da legislação, além de já ter votado, em 2015, outra matéria sobre terceirização.

A votação foi nominal. Aprovado, o 4.302 seguirá para sanção presidencial – algumas centrais, diante da recusa do governo de retirar o projeto, pretendem sugerir vetos. “Nenhum (item) será vetado”, reagiu Zarattini, para quem Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, “não terão dó”.

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